Por Jurgen Souza
Antes de qualquer
coisa, é preciso que fique bem claro a todos os leitores que não é intenção
deste texto ofender nenhuma pessoa ou nenhuma espécie de crença, mas
tão-somente fazer uma reflexão bíblica séria acerca da teologia da
prosperidade, chamada aqui de “evangelho da prosperidade”, procurando destacar
os possíveis equívocos e os prováveis perigos desse tipo de evangelho para uma
vida cristã saudável. Portanto, nosso objetivo principal é permitir que,
através da leitura e da reflexão acerca dos textos bíblicos aqui mencionados,
possamos discernir qual será a mensagem que, como seguidores de Cristo,
queremos proclamar ao mundo. Em busca de facilitar a compreensão dos argumentos
que pretendo utilizar, preferi estruturar o texto em forma de perguntas e
respostas, mas deixo bem claro que não me arrogo detentor da verdade absoluta
ou da palavra final sobre esse assunto, respeitando sempre as opiniões
contrárias.
1.
É possível crer que Deus pode prosperar a vida das pessoas que o buscam?
Existe, entre
pregadores e seguidores do evangelho da prosperidade, a errônea impressão de
que quem não concorda com esse tipo de evangelho é porque não acredita que Deus
possa abençoar as pessoas que o buscam. É preciso, então, esclarecer que nenhum
cristão verdadeiro vai deixar de acreditar que Deus pode sim fazer com que as
pessoas que o buscam prosperem e que Ele tem, inclusive, prazer em fazer isso,
conforme atestam os seguintes versículos:
“Sigam fielmente os
termos desta aliança, para que vocês prosperem em tudo o que fizerem.” (Deuteronômio
29:9)
“Aquele cuja satisfação
está na lei do Senhor e nessa lei medita dia e noite é como árvore plantada à
beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham.
Tudo o que ele faz prospera!” (Salmos 1:2-3)
“O Senhor seja
engrandecido! Ele tem prazer na prosperidade do seu servo.” (Salmos 35:27b)
Não se pode negar que
Deus pode e deseja prosperar a vida de todos aqueles que o buscam. O problema, a
meu ver, é que pregadores e seguidores do evangelho da prosperidade, salvo
raríssimas exceções, costumam associar prosperidade somente à ascensão
financeira (de preferência rápida e sem muitos esforços). Essa enganosa
associação evidencia uma leitura equivocada da bíblia e abre caminho para a
atuação dos muitos exploradores da fé, principalmente quando se está inserido
numa realidade social em que boa parte da população anseia melhorias na vida
financeira a qualquer custo.
Creio,
com toda a fé que há em mim, que a prosperidade que Deus deseja nos
proporcionar envolve diversas áreas da nossa vida. Claro que Deus deseja que
tenhamos os recursos financeiros de que precisamos para suprir todas as nossas
necessidades (não nossos caprichos consumistas). Todavia, também creio que Deus
deseja que tenhamos equilíbrio emocional para lidarmos com nossos dilemas
interiores, deseja que tenhamos sabedoria para nos relacionarmos com as pessoas
e o com o meio ambiente à nossa volta, e deseja que sejamos alimentados
espiritualmente por Ele dia após dia. Tudo isso é prosperidade!
2.
Qual o perigo de compreendermos a prosperidade apenas como bênçãos materiais?
Mais uma vez quero
deixar bem claro que eu creio que Deus pode sim nos abençoar com bênçãos
materiais, se Ele quiser, quando Ele quiser e da forma como Ele quiser. Todavia
o perigo de compreendermos a prosperidade apenas como bênçãos materiais é que
podemos inverter o foco principal da vida cristã, dando mais valor à bênção de
Deus do que ao Deus da bênção. Isso é algo tão perigoso que Jesus advertiu seus
discípulos e o apóstolo Paulo orientou ao jovem pastor Timóteo acerca desse
assunto, conforme podemos ver nos seguintes versículos:
“Ninguém pode servir a
dois senhores, pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e
desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas” (Mateus
6:24)
“Os que querem ficar
ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e
nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o
amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o
dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos
sofrimentos. Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça,
a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão.” (1 Timóteo 6:9-11)
Esse tem sido, a meu
ver, o grande engano de muitos pregadores e seguidores do evangelho da
prosperidade, já que a forma como pregam e como procuram viver a vida cristã
acaba dando muito mais ênfase à prosperidade financeira, fortalecendo a ideia
totalmente equivocada de que contribuir financeiramente no reino de Deus é um
investimento para que Ele, mais tarde, retribua com bênçãos materiais. A consequência
disso é que tem surgido uma geração de crentes que, por investirem seu dinheiro
no reino de Deus, julgam-se no direito de exigir que Deus satisfaça todos os
seus desejos o mais rápido possível, fazendo de Deus o seu servo ao invés de
servir a Ele.
3.
Então quer dizer que Jesus pregava contra a prosperidade financeira?
Não creio sinceramente
que Jesus pregava contra a prosperidade financeira dos crentes, mas tenho plena
convicção de que ele era contra a busca desenfreada por bens materiais e ao
apego demasiado a eles, como se pode perceber nos seguintes versículos:
“Não acumulem para
vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões
arrombam e furtam.” (Mateus 6:19)
“Cuidado! Fiquem de
sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na
quantidade dos seus bens.” (Lucas 12:15)
“Se você quer ser
perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um
tesouro no céu. Depois, venha e siga-me.”
(Mateus 19:21)
Ao contrário do que
fazem os pregadores e os seguidores do evangelho da prosperidade, Jesus não
orienta que seus discípulos tenham como prioridade a busca pela prosperidade
financeira, mas adverte-os sobre a necessidade de não se preocupar demais com
os bens materiais e alerta-os sobre as consequências espirituais dessa busca
desenfreada pelos bens materiais, como atestam os seguintes versículos:
“Portanto, não se
preocupem, dizendo: Que vamos comer? Ou que vamos beber? Ou que vamos vestir?
Os gentios é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês
precisam delas.
Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus
e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” (Mateus 6:31-33)
“Dificilmente um rico
entrará no Reino dos céus.
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma
agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.” (Mateus 19:23-24)
Como se pode ver, o
evangelho que Jesus veio anunciar ao mundo trazia advertências bem claras
acerca dos perigos de priorizarmos a busca pela prosperidade financeira na
nossa vida, pois não era essa a vontade de Deus para aqueles que se aproximam
dEle. O mesmo Deus que quer nos abençoar deseja que nossa prioridade seja uma
vida digna e reta diante dEle.
4.
Como o apóstolo Paulo enxergava a prosperidade financeira?
Assim como Jesus, o
apóstolo Paulo também não condenava a prosperidade financeira dos crentes, mas
os orientava a não depositar suas esperanças na riqueza e a usar seus bens
materiais para ajudar o próximo, afirmando claramente que o reino de Deus não
consiste em adquirir bens materiais, conforme podemos perceber nos seguintes
versículos:
“Ordene aos que são
ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na
incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a
nossa satisfação.
Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em
boas obras, generosos e prontos para repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme
fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida.” (1 Timóteo 6:17-19)
“O Reino de Deus não é
comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” (Romanos
14:17)
Para o apóstolo Paulo,
a verdadeira prosperidade consistia em usar os seus bens materiais, fossem eles
poucos ou muitos, para abençoar outras pessoas. Escrevendo aos crentes de
Corinto, ele relata que os irmãos da Macedônia, mesmo não sendo ricos,
voluntariamente ofertaram aos irmãos da Judéia, os quais estavam enfrentando
momentos de necessidade financeira. Tomando como exemplo esse relato, Paulo
orienta aos coríntios acerca da necessidade de utilizar suas riquezas para
contribuir em favor dos que têm menos condições, como se pode verificar nos
seguintes versículos:
“Queremos que vocês
tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No
meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles
transbordaram em rica generosidade. Dou testemunho de que eles deram
voluntariamente tudo quanto podiam, e até além do que podiam.” (2 Coríntios 8:1-4)
“Todavia, assim como
vocês se destacam em tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação
completa e no amor que vocês têm por nós, destaquem-se também neste privilégio
de contribuir.
Não lhes estou dando uma ordem, mas quero
verificar a sinceridade do amor de vocês, comparando-o com a dedicação dos
outros. Pois vocês conhecem a graça de
nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para
que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos.” (2 Coríntios 8:7-9)
Devemos nos lembrar de
que, embora o apóstolo Paulo não condenasse a prosperidade financeira, já vimos
anteriormente que ele fez questão de advertir que tomássemos cuidado para que a
busca por bens materiais não nos afastasse de fé ou nos trouxesse tormentos e
sofrimentos, conforme atesta o seguinte versículo:
“O amor ao dinheiro é
raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se
da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos.” (1 Timóteo 6:10)
5.
É verdade que o Antigo Testamento orienta a busca pela prosperidade financeira?
Um dos erros dos
pregadores e dos seguidores do evangelho da prosperidade é afirmar que o Antigo
Testamento legitima e orienta a busca pela prosperidade financeira. É verdade
que o Antigo Testamento traz uma série de versículos que falam da prosperidade
do povo de Deus, afirmando inclusive que Deus cuida daqueles que o temem, mas o
equivoco, como já foi dito, está em interpretar prosperidade apenas como
bênçãos materiais.
O salmista, por
exemplo, afirma que não há prosperidade maior do que temer ao Senhor e andar
nos seus caminhos, destacando que nossa esperança não deve estar nos bens
materiais que acumulamos e sim no Deus que cuida de nós a todo instante,
conforme se observa nos seguintes versículos:
“O temor do Senhor é
puro e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas
elas justas. São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são
mais doces do que o mel, do que as gotas do favo.” (Salmos 19:9-10)
“Deste aos meus dias o
comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De fato,
o homem não passa de um sopro. Sim, cada um vai e volta como a sombra. Em vão
se agita, amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela. Mas
agora, Senhor, que hei de esperar? Minha esperança está em ti.” (Salmos 39:5-7)
O livro de Provérbios
afirma que a verdadeira prosperidade não consiste em acumular bens materiais,
mas em ter sabedoria dada por Deus e viver uma vida reta e digna diante dEle,
como vemos nos seguintes versículos:
“Prefiram a minha
instrução à prata, e o conhecimento ao ouro puro, pois
a sabedoria é mais preciosa do que rubis; nada do que vocês possam desejar
compara-se a ela.” (Provérbios
8:10-11)
“De nada vale a riqueza
no dia da ira divina, mas a retidão livra da morte.” (Provérbios 11:4)
O livro de Eclesiastes,
por sua vez, adverte para o fato de que as pessoas que buscam desenfreadamente
a prosperidade financeira acabam nunca se contentando com o que têm, sempre
ambicionando ter mais e mais, como podemos ver no versículo a seguir:
“Quem ama o dinheiro
jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os
seus rendimentos. Isso também não faz sentido.” (Eclesiastes 5:10)
6.
É correto considerar o ato de dizimar ou ofertar como a chave para a
prosperidade financeira?
Antes de qualquer
explicação, deixo bem claro que, a meu ver, dizimar e ofertar são práticas que
precisam fazer parte da vida de qualquer cristão verdadeiro. Todavia, dizer que
isso é a chave para a prosperidade financeira é certamente o maior engano dos
pregadores e dos seguidores do evangelho da prosperidade. Se fosse assim, as
pessoas não-crentes, que não costumam dizimar e ofertar, jamais conseguiriam
prosperar financeiramente, e não é isso que vemos no dia a dia.
O que as pessoas
precisam entender é que dizimar e ofertar são, na verdade, atitudes de gratidão
a Deus pelo seu cuidado para conosco. A primeira vez que a palavra “dízimo”
aparece na bíblia é justamente quando Abraão vence uma guerra contra alguns
reis e, em agradecimento a Deus, dá o dizimo de tudo quanto tinha, conforme se
pode comprovar nos versículos a seguir:
“Então Melquisedeque,
rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, trouxe pão e vinho e
abençoou Abrão, dizendo: "Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador
dos céus e da terra. E bendito seja o
Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos". E Abrão lhe deu
o dízimo de tudo.” (Gênesis
14:18-20)
É preciso lembrar
também que a sociedade do Antigo Israel era uma sociedade agrícola e,
diferentemente do que acontece hoje, o dízimo era dado em forma de gêneros
alimentícios, especificamente os retirados das primeiras colheitas, como forma
de agradecer a Deus pela fertilidade da terra e pela colheita realizada, não
sendo considerado por ninguém um peso ou uma maneira de barganhar com Deus. O
povo dizimava e ofertava com o coração grato a Deus pelo seu cuidado e pela sua
provisão, conforme podemos verificar nos seguintes versículos:
“Traga o melhor dos
primeiros frutos da terra ao santuário do Senhor, o seu Deus.” (Êxodo 34:26a)
“Quando vocês tiverem
entrado na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá por herança e dela tiverem
tomado posse e lá estiverem estabelecidos,
apanhem alguns dos primeiros frutos de tudo o
que produzirem na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá e ponha tudo numa
cesta. Depois vocês deverão ir ao local que o Senhor, o seu Deus, escolher para
habitação do seu Nome.” (Deuteronômio 26:1-2)
Se houver alguma chave
para a nossa prosperidade financeira, certamente não será a simples ação de
dizimar e ofertar, mas será o fato de termos um coração grato a Deus por tudo
que Ele nos tem feito. É a nossa
gratidão a Deus no ato de dizimar e de ofertar que faz com que Ele sinta prazer
em nos abençoar, inclusive financeiramente. Portanto, é assim que devemos entender
as promessas de prosperidade relacionadas a dízimos e ofertas, como as que
aparecem nos versículos a seguir:
“Honre o Senhor com
todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações; os
seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de
vinho.” (Provérbios 3:9-10)
“Tragam o dízimo todo
ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova,
diz o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e
derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las. Impedirei
que pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos campos não perderão o seu
fruto, diz o Senhor dos Exércitos.”
(Malaquias 3:10-11)
Quem compreende que
dizimar e ofertar são ações que evidenciam um coração grato a Deus jamais vai
pensar que existe na bíblia uma lei da semeadura, mas terá a convicção de que
existe sim a lei da gratidão. Como muitos pregadores e seguidores do evangelho
da prosperidade não compreendem isso, eles acabam fazendo uma leitura
equivocada da orientação do apóstolo Paulo aos coríntios. A afirmação de Paulo
é de que Deus abençoa sim aquele que oferta na obra do Senhor, mas o apóstolo
destaca claramente que essa bênção, que não necessariamente tem relação com
bens materiais, é para quem oferta com o coração alegre e cheio de gratidão,
como podemos perceber nos seguintes versículos:
“Aquele que semeia
pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá
fartamente.
Cada um, porém, dê conforme determinou em seu
coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.
E Deus é poderoso para fazer que lhes seja
acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo
tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra.” (2 Coríntios 9:6-8)
Paulo não está falando
que Deus abençoa mais quem der mais oferta, mas está alertando que quem se
envolve menos com a obra de Deus, deixando de ser grato a Ele inclusive nas
ofertas, certamente está abrindo mão da possibilidade de ser abençoado por
Deus. Não se trata de uma questão de barganha com Deus, mas de uma questão de
gratidão a Ele, pois nós não podemos “comprar” a bênção daquele que é dono do
ouro e da prata; ao contrário, nós é que fomos “comprados” por Ele através do
sangue de Jesus derramado na cruz do calvário.
7.
Seria errado, então, um crente desejar ser próspero financeiramente?
Claro não é errado um
cristão desejar ser próspero financeiramente! Todavia, como já foi dito
anteriormente, é importante tomarmos cuidado com dois grandes perigos:
acabarmos dando mais valor à bênção de Deus do que ao Deus da bênção e criarmos
uma relação de barganha com Deus, fazendo dEle nosso servo ao invés de nós o
servirmos. Trago aqui três conselhos que, a meu ver, são úteis para quem quer
ser próspero financeiramente, sem que precise deixar de lado a essência da
mensagem de Jesus.
(1) Procure
usufruir de seus bens materiais com atitudes de justiça em relação aos outros,
não defraudando nem humilhando quem quer que seja, especialmente os mais
necessitados, como podemos perceber ao refletirmos sobre os versículos a
seguir:
“Ouçam agora vocês,
ricos! Chorem e lamentem-se, tendo em vista a miséria que lhes sobrevirá. A
riqueza de vocês apodreceu, e as traças corroeram as suas roupas. O ouro e a prata de vocês enferrujaram, e a ferrugem
deles testemunhará contra vocês e como fogo lhes devorará a carne. Vocês
acumularam bens nestes últimos dias. Vejam,
o salário dos trabalhadores que ceifaram os seus campos, e que por vocês foi
retido com fraude, está clamando contra vocês. O lamento dos ceifeiros chegou
aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Vocês viveram luxuosamente na terra,
desfrutando prazeres, e fartaram-se de comida em dia de abate. Vocês têm
condenado e matado o justo, sem que ele ofereça resistência.” (Tiago 5:1-6)
(2) Procure
repartir o que você tem, seja pouco ou seja muito, com os que estão à sua
volta, especialmente com os que mais precisam, conforme se pode observar nos
versículos a seguir:
“A multidão dos que
creram era uma só mente e um só coração. Ninguém considerava coisa alguma que
possuísse unicamente sua, mas compartilhavam tudo o que tinham. Com
grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor
Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos eles. Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que
possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam
segundo a necessidade de cada um.” (Atos
4:32-35)
(3) Mesmo
que sua situação financeira não seja das melhores, procure ser feliz e ter o
coração agradecido a Deus por aquilo que você já tem, como podemos entender
através da leitura dos versículos a seguir:
“Mesmo não florescendo
a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas,
não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois
nos estábulos,
ainda assim eu exultarei no Senhor e me
alegrarei no Deus da minha salvação.”
(Habacuque 3:17-18)
“Não estou dizendo isso
porque esteja necessitado, pois aprendi a contentar-me em toda e qualquer
circunstância.
Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter
fartura. Aprendi o segredo de viver alegre em toda e qualquer situação, seja
bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.” (Filipenses 4:11-12)
8. E agora, o que fazer?
Depois de darmos esse
passeio por várias passagens bíblicas e de refletirmos sobre os fundamentos
bíblicos acerca da prosperidade, creio que podemos escolher, como seguidores de
Cristo, que tipo de evangelho queremos viver no dia a dia e proclamar ao mundo
através da nossa pregação. Como já foi dito na introdução deste texto, o
conteúdo aqui explicitado não pretendeu ofender nenhuma pessoa ou nenhuma
espécie de crença, mesmo porque seu autor não se posiciona como dono da verdade
e respeita as opiniões contrárias. Minha esperança, então, é que tal reflexão
bíblica possa ter contribuído para que nos aproximemos cada vez mais do
evangelho que Jesus veio proclamar ao mundo. Que Deus nos abençoe!